Ronaldinho pára enquanto Kaká cresce

Reservas na última partida da seleção brasileira diante da Argélia, Kaká e Ronaldinho vivem fases distintas em suas carreiras. Enquanto o jogador do Milan foi eleito o melhor da última edição da Liga dos Campeões e é o favorito para a eleição de melhor do mundo da Fifa, Ronaldinho, pela primeira vez desde que chegou ao Barça, fechou uma temporada sem ganhar nem estar cotado para qualquer prêmio.

A disparidade de momento entre os craques brasileiros aparece também no desempenho de seus times. Kaká foi o principal jogador do Milan na conquista da Liga dos Campeões da Europa e, nesta sexta-feira, marcou um gol na vitória por 3 a 1 sobre o Sevilla pela Supercopa da UEFA. Já Ronaldinho Gaúcho, melhor do mundo em 2004 e 2005, não conseguiu levar o Barcelona a nenhum título na temporada 2005/2006.

Brasil perde o rumo nos mundiais

Em 2003, o futebol brasileiro mostrou seu poder nos mundiais organizados pela Fifa. Após o pentacampeonato conquistado na Copa 2002, o Brasil trouxe para a casa os títulos de campeão mundial nas categorias sub-17 e sub-20. Quatro anos depois, a situação não só aponta para nenhum título conquistado novamente, como mostra uma série de resultados decepcionantes.

Nos mundiais das categorias de base disputados em 2005, a seleção sub-20 foi eliminada nas semifinais pela Argentina (atual bicampeã) e a sub-17 perdeu a final para o México. 2006 foi a vez da quebra de expectativas pela seleção principal, com a, muito bem conhecida, queda nas quartas-de-final da Copa da Alemanha diante da França.

Mantendo o ritmo "ladeira abaixo", a equipe sub-20 fez em 2007 a pior campanha da história do Brasil em mundiais da categoria. Eliminados nas oitavas-de-final pela Espanha, Alexandre Pato foto-net) e cia. venceram apenas uma vez em quatro partidas.

No mundial sub-17, outra vez uma campanha distante da taça. O time comandado pelo armador corintiano Lulinha não conseguiu apagar a eliminação precoce nos Jogos Pan-Americanos e parou nas oitavas-de-final diante de Gana.

Apesar dos tropeços, o futebol brasileiro ainda revela grandes valores individuais, como os já citados Pato e Lulinha. Mas para voltar a vencer é necessário que se tenha bons times, objetivo difícil de ser alcançado com treinadores de pouca experiência como Nelson Rodrigues (sub-20) e Lucho Nizzo (sub-17).

De Foé a Puerta: quatro anos de tragédias

26 de junho de 2003. Morre, aos 28 anos, Marc-Vivien Foé (foto). Jogador da seleção camaronesa, Foé caiu em campo durante a disputa da semifinal da Copa das Confederações diante da Colômbia. Problemas cardíacos o levaram à morte.

25 de junho de 2004. Miklós Fehér, jogador húngaro do Benfica, recebe um cartão amarelo em uma partida contra o Vitória de Guimarães pelo Campeonato Português, sorri para o árbitro, se vira e vai ao chão. Fehér foi vítima de problemas cardíacos e faleceu aos 24 anos.

5 de dezembro de 2004. Cristiano de Lima Júnior jogava pelo Dempo Sports Club, equipe indiana. Em partida válida pela Federation Cup, Cristiano se chocou com o goleiro do Mohun Bagan, Subrata Paul, sofreu um colapso e faleceu por problemas cardíacos. Cristiano, 24 anos, havia marcado os dois gols que deram a vitória ao Dempo.

27 de outubro de 2004. Serginho, zagueiro do São Caetano, enfrentava o São Paulo pelo Campeonato Brasileiro. Após cair no gramado, Serginho foi levado ao hospital mas não resistiu e entrou para a história do futebol brasileiro como um marco infeliz. Ele tinha 30 anos.

28 de agosto de 2007. Antonio Puerta (foto da agência EFE) morre no hospital três dias após sentir-se mal durante a estréia de seu time, o Sevilla, diante do Getafe, pelo Campeonato Espanhol. Falência múltipla de orgãos e encefalopatia foram resultados de paradas cardíacas do jogador de 22 anos.

Para evitar que casos como esses acontecessem durante a Copa do Mundo, a Fifa exigiu que as federações dos países que disputaram a edição de 2006 apresentassem exames médicos de todos os jogadores inscritos. De todos os casos relatados acima, o primeiro foi o único que aconteceu em uma competição organizada pela máxima entidade do futebol. A Fifa tomou cuidado para que novos Foé's não aparecessem em suas competições, mas não foi suficientemente competente para evitar os quatro casos seguintes. O futebol convive com a possibilidade evidente de mortes de jogadores em campo desde 2003, entretanto, a negligência de clubes, federações nacionais e da própria Fifa não traz a perspectiva de fim dessa possibilidade.

Vídeo da semana

O gol mais importante da carreira de Antonio Puerta, jogador que faleceu nesta terça-feira. Puerta marcou o gol que levou o bi-campeão da Copa da UEFA, Sevilla, à final da temporada 2005/2006.

Josiel parou. E o Paraná também

Josiel é o artilheiro do Brasileirão. Assim como André Lima, que deixou o Botafogo para jogar pelo Hertha Berlim, o atacante do Paraná Clube marcou 12 vezes na atual edição do Campeonato Brasileiro. Mas o responsável por 57% dos gols da equipe paranista não balança as redes desde a 12ª rodada, quando marcou por duas vezes e o Paraná venceu o Flamengo por 2 a 1, em Uberlândia.

Não é só Josiel que passa por uma "seca". O Paraná não marca há cinco rodadas e não vence desde a 13ª, quando bateu por 1 a 0 o Plameiras, com gol de Márcio Careca. O último tento do time paranaense foi de Vinícius Pacheco na derrota para o Atlético Mineiro por 3 a 1, em Curitiba. A maré sem gols levou a diretoria do clube paranista a contratar seu quarto treinador no Brasileirão. Lori Sandri assumiu o cargo que era da Gilson Kleina e estreará no próximo domingo contra o Juventude. Antes deles, Zetti e Pintado comandaram a equipe, mas saíram por receberem propostas de outros clubes.

Atualmente em 15º lugar, o Paraná chegou a liderar a competição na 3ª rodada, após vencer o Cruzeiro por 4 a 3 no Mineirão. Josiel marcou duas vezes naquela oportunidade, o que se repetiu outras três vezes. Sete atuações depois, seu aproveitamento caiu para 0,63.

Filho de peixe...

A sensação do início de temporada da Premier League é o Manchester City. A equipe, que venceu os seus três primeiros jogos, tem como grande estrela o treinador sueco Sven-Goran Eriksson, ex-English Team, e com salário de nove milhões de libras anuais. Mas no gol também há um rapaz que merece uma atenção especial.

Após a contusão do goleiro titular, Andreas Isaksson, o responsável por fechar a meta do lado azul de Manchester agora é Kasper Schmeichel, filho do ex-goleiro Peter Schmeichel (foto). O pai do goleiro do City passou por lá e também pelo Manchester United, onde ficou de 1991 a 1999 e conquistou cinco Premier Leagues, uma Liga dos Campeões da Europa e um Mundial interclubes contra o Palmeiras, além de uma FA Cup e uma Copa da Liga. Peter ficou conhecido mundialmente ao participar da campanha do título mais importante da história da seleção dinamarquesa, a Eurocopa 92. Pela seleção de seu país, ele é o recordita de partidas com 129 atuações.

Individualmente, o pai do goleiro do líder da Liga inglesa foi eleito o melhor em sua posição no mundo em 1992 e 1993, o melhor da Europa segundo a Uefa na temporada 1997/1998 e entrou para o Hall da Fama do futebol inglês em 2003.

Kasper (foto) ainda tem 20 anos, mas iniciou a temporada com um belo retrospecto. Em três partidas, não sofreu nenhum gol.

Vídeo da semana

O Houston Dynamo bem que tentou, mas não conseguiu bater o Pachuca na Superliga da Concacaf. Na tentativa de chegar à final, teve até jogador desviando a bola de cabeça após um chute que ele mesmo deu. Não entendeu? Repare no primeiro gol da equipe de laranja.

E os títulos, Schuster?

Mesmo após um começo complicado e com alguns tropeços, Fabio Capello terminou a temporada como o treinador campeão espanhol. Mas insatisfeita com o futebol eficiente e sem brilho, a diretoria do Real Madrid demitiu Capello. Essa foi a única demissão na história do vitorioso currículo do italiano. Para seu lugar, os diretores do clube merengue recorreram a Bernd Schuster, com quem acreditam que o Real jogará bonito. As negociações com o treinador alemão começaram antes mesmo da última temporada chegar ao fim. Mas Schuster não começou bem.

Desde que foi apresentado oficialmente, Bernd Schuster disputou quatro competições com o Real Madrid e não conquistou nenhum título. O treinador alemão teve a primeira oportunidade de levantar um troféu pelo atual campeão espanhol no Torneio de Moscou. Na disputa, o Real perdeu a final para o PSV. Na sua segunda chance, Schuster também fracassou na final, desta vez no Troféu Teresa Herrera, diante do Deportivo La Coruña. Já pelo Torneio Ramón de Carranza, os merengues caíram logo na semifinal contra o Betis. Na disputa pelo terceiro lugar, o Real venceu o Cadiz.

Na única competição oficial disputada pelo Real Madrid sob o comando de Schuster, a equipe madrilenha perdeu a Supercopa da Espanha para o Sevilha. Após serem derrotados por 1 a 0 fora de casa, Robinho e cia. não conseguiram reverter a desvantagem em Madri e perderam novamente, 5 a 3.

Schuster nunca havia passado por um grande clube, seu maior feito foi levar o modesto Getafe a melhor campanha de sua história em Ligas Espanholas, uma nona colocação na temporada 2005/2006, repetida na última edição.

Com Leão, Libertadores é possível para o Galo?

2008 será o ano de centenário do Atlético Mineiro. Para dar como presente para a torcida atleticana uma vaga na Libertadores, Emerson Leão terá que reverter dois quadros. O Galo, nono colocado no Brasileirão, fracassa diante de seus rivais diretos por uma vaga para a principal competição do continente e tem apenas o 12º melhor aproveitamento como mandante.

Quando enfrentou as oito equipes à sua frente no Brasileirão, o alvinegro mineiro só conheceu derrotas. A única exceção fica para o São Paulo. Líder do nacional, o tricolor paulista perdeu por 1 a 0 em pleno Morumbi. Com Leão foram três partidas contra times nessa situação, Góias (8º), Santos (7º), e Palmeiras (5º), e nehum ponto somado. As duas equipes paulistas inclusive venceram o Galo em pleno Mineirão nas duas oportunidades em que o atual treinador atleticano jogou ao lado da torcida.

Se em casa o Atlético de Emerson Leão não vence, fora o ex-goleiro tem o excelente aproveitamento de 75% - o melhor visitante de todo o campeonato é o São Paulo, com 70%. Longe do Mineirão, Leão venceu Paraná, Juventude e Naútico e perdeu para o Góias.

No Brasileirão, o Galo já está em seu quarto treinador. Tico do Santos começou a competição e em duas partidas venceu uma e perdeu a outra. Depois de Tico, a diretoria atleticana recorreu a Zetti, que, em 11 jogos, somou treze pontos. O terceiro comandante foi Marcelo Oliveira, vitorioso em seu único confronto, deixando o Galo em 11º quando Leão assumiu.